Taiwan anunciou nesta terça-feira, 9 de dezembro, que colocou suas forças armadas em "alerta máximo", em resposta às amplas restrições impostas pela China no espaço aéreo ao longo da costa leste chinesa. A medida elevou as tensões na região do Estreito de Taiwan, considerado estratégico.
De acordo com o Ministério da Defesa de Taiwan, o Exército de Libertação Popular da China estabeleceu "sete zonas de restrição do espaço aéreo" nas províncias de Zhejiang e Fujian, localizadas na costa leste do continente e próximas a Taiwan. As restrições estão previstas para vigorar até a próxima quarta-feira, 11 de dezembro.
Além disso, as autoridades taiwanesas detectaram movimentações de navios chineses no Estreito de Taiwan e no Oceano Pacífico. Em resposta, iniciaram manobras militares de prontidão, segundo comunicado oficial. "Iniciamos exercícios de preparação para combate que consideram as ameaças inimigas, as condições meteorológicas e o posicionamento estratégico", informou o ministério.
Essas ações ocorrem poucos dias após o retorno do líder taiwanês, William Lai Ching-te, de uma viagem pelo Pacífico. A viagem foi fortemente criticada por Pequim, que considera Taiwan uma província rebelde. A China mantém que a ilha faz parte de seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, e não descarta o uso da força para reunificá-la.
A visita de Lai ao Pacífico foi a primeira viagem oficial internacional desde que assumiu a liderança de Taiwan, em maio deste ano. Pequim, que se opõe a qualquer contato oficial entre Taiwan e outros países, vê ações como essa como uma afronta à sua política de "uma só China".
As recentes restrições aéreas e a movimentação militar intensificam a já delicada relação entre Taiwan e a China, em um momento de crescente vigilância internacional sobre a estabilidade na região.